E o Rio de Janeiro continua lindo… apesar de todos os pesares!

 

Vimos o que sobrou do antigo Mercado Municipal, da obra de arte na Quinta da Boa Vista e um pouco sobre o que existe de “belga” nesta majestosa obra que é o Theatro Municipal.

Vamos olhar um pouco mais de perto… Vamos nos olhar, olhar nosso reflexo nestes belíssimos espelhos belgas do restaurante Assyrio!

Restaurante Assyrio - Theatro Municipal à Rio de Janeiro
Restaurante Assyrio – Theatro Municipal (photo: www.belgianclub.com.br)

Localizado no subsolo do Theatro Municipal, o Salão Assyrio abrigou, em décadas passadas, os primeiros grandes bailes de máscaras do Municipal.
Ali funcionou também um cabaré – onde se apresentava Pixinguinha, acompanhado de seu legendário grupo Os Oito Batutas – e ainda o Museu do Theatro.

Após a restauração ocorrida entre 1976 e 1978, o espaço retornou à sua atividade de restaurante.

Localizado no subsolo do Theatro Municipal, o Salão Assyrio abrigou, em décadas passadas, os primeiros grandes bailes de máscaras do Municipal
Localizado no subsolo do Theatro Municipal, o Salão Assyrio abrigou, em décadas passadas, os primeiros grandes bailes de máscaras do Municipal

Quem chega pela primeira vez ao restaurante Assyrio surpreende-se com a mudança brusca entre o estilo renascentista do Theatro e a inspiração do projeto decorativo deste salão, resultante de uma composição entre os estilos babilônico, assyrio e persa que remete, evidentemente, à região da Babilônia e Assyria.

É nítida a referência ao Palácio de Xerxes, em Persépolis (cerca de 485-465 aC).

Restaurante Assyrio dans le Teatro Municipal à Rio de Janeiro

As paredes do Salão, todas revestidas em cerâmica esmaltada, são decoradas por painéis de mosaico.
Ali podemos apreciar a frisa dos leões e a rampa das escadas do palácio de Artaxerxes, assim como a frisa dos arqueiros, original da sala do trono de Dario I, e os enormes Kerub, seres alados que guarnecem as escadas.

Além dos espelhos, os vidros das janelas e portas também são belgas!

Bastante curioso o fato de que, mais de 100 anos após a inauguração do Theatro, o know-how belga em matéria de vidros ainda se fez presente na construção da Arena Corinthians (Itaquerão) para a última Copa do Mundo!

Bem deixemos os portões, os vidros e os espelhos do Theatro e vamos descer um pouco mais a Av. Rio Branco. Chegando na Rua 7 de Setembro, basta virar na primeira à esquerda, Rua Gonçalves Dias, caminhar mais um pouco sempre olhando à sua direita e, no n° 32…

Que tal um delicioso chá na famosa Confeitaria Colombo?

Confeitaria Colombo
Confeitaria Colombo (photo: www.confeitariacolombo.com.br)

Fundada em 1894, patrimônio artístico e cultural da cidade, absolutamente deslumbrante, foi por diversas vezes escolhida como cenário de entrevistas, filmagens e fotos e não sem razão!

Entre 1912 e 1918 os salões do interior da confeitaria foram reformados, com um toque Art Nouveau, com enormes espelhos de cristal trazidos da Antuérpia, emoldurados por elegantes frisos talhados em madeira de jacarandá e as bancadas de mármore italiano.

Seus grandes salões foram palco de recepções, tendo recebido visitantes ilustres como o rei Alberto da Bélgica, em 1920, a rainha Elizabeth da Inglaterra, em 1968 além de vários políticos – por exemplo, o presidente Juscelino Kubitschek-, escritores e artistas, que marcaram a história.

Fato curioso…

Para se ter ideia do nível que se queria manter, não era possível entrar na Colombo sem paletó. A regra era tão clara que a confeitaria disponibilizava paletós para emprestar aos clientes que, desavisados, iam até o local sem estar vestindo um.

Sugiro que usufruam ainda da magia deste “petit bijou” que é a Confeitaria Colombo para degustar o famoso camarão empanado…ou simplesmente tomar um delicioso café!

Nosso périplo pelo Rio ainda não terminou.
A lista não é imensa mas ainda rende um bom passeio!

Deixemos um pouco para após as festas e…é verdade!

Tenham todos um ótimo Natal e um Novo Ano infinito de realizações!
Que o novo trecho de estrada a ser percorrido seja florido como numa eterna primavera!

Beijos mil e até 2017!

Fontes:

Cet article a été initialement publié dans la revue Revista Emigrar

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