Aproximadamente 5.870 dias… Não parece muito mas lá se vão 16 anos vividos neste lindo e agradável Reino chamado Bélgica, localizado na Europa Ocidental, fronteira cultural entre a Europa germânica e a Europa latina!
Terra que visitei pela primeira vez quando, como sócia de uma agência de viagens, vim como turista, acompanhada do meu tão querido amigo-irmão Fernando Gualberto…
Viagem de crises de risos inesquecíveis e de descobertas fantásticas!
Para nós, brasileiros, este é um país surpreendente, a começar pelos números:
- Três línguas oficiais – o holandês, o alemão e o francês – contra uma “mistura de línguas” (tupi-guarani,
português, yorubá e italiano, pra resumir…) concentradas em uma só, o português-brasileiro. - Uma população de 10,7 milhões de habitantes contra nossos 209.550.974 milhões de habitantes.
- Uma extensão territorial de 30.528 km², contra nossos 8.515. 767,049 km².
- Um litoral de 66 Km contra 7.367 Km – não considerando baías, praias, dunas, recifes, falésias, mangues,
recifes, restingas e outros, o que nos levaria a um total de 9.198 quilômetros!
Nossos conceitos de distância nos fazem rir quando ouvimos um belga dizer, por exemplo, que Waterloo – onde vivo – fica muito longe de Bruxelas (20Km!). Ou que Antuérpia fica “do outro lado do pais” (50 Km!).
Verdade seja dita, o trânsito, dependendo do horário, é chatésimo!
Nada a ver, evidentemente, com os engarrafamentos nas grandes cidades brasileiras…mas, como perdemos o hábito, achamos chato assim mesmo!
Costumes diferentes, país rico de uma história e de uma cultura que conhecemos muito pouco no Brasil. Ignoramos a origem de certos fatos históricos e, na maioria das vezes, sequer associamos a informação que temos ao país de onde ela veio!
Pátria-mãe do Surrealismo, das histórias em quadrinhos (BD, de Bande Déssinée) levadas tão à sério que tem até mesmo um museu!
Cantores e compositores que marcaram época e que, mesmo entre os que os conhecem, muitos ignoram a verdadeira nacionalidade: Jacques Brel, Johnny Halliday.
Pontos turísticos como a “Grand Place” de Bruxelas, mundialmente conhecida e considerada uma das mais belas praças do mundo – e é!
Pequenas e lindas cidades como Brugge, uma das muitas “Venezas do Norte”… Dinant, terra de Adolf Sax, o inventor do saxofone… Waterloo, de Napoleão e, – pasmem! – de Victor Hugo.
E tem mais, muito mais!!!
A idéia desta coluna então é esta: mostrar a Bélgica sob o olhar de uma brasileira que ainda hoje adora descobrir!
Mostrar, cada mês, um pedacinho dessa terra que se tornou a terra de adoção de muitos brasileiros. Mostrar brasileiros que aqui vivem e aqui (re-)constróem suas histórias.
Mostrar que Bélgica e Brasil criam e recriam laços cada vez mais estreitos, olhando o oceano que existe entre os dois não como aquilo que separa mas sim aquilo que une nossas terras, nossos povos e nossas culturas.
É a globalização presente no dia-à-dia de cada um de nós!
Bom “prim’outono” à todos!
Cet article a été initialement publié dans la revue Revista Emigrar